De: Michael Jacob Isaac, Israel Today
Sexta-feira, 10 de Fevereiro de 2012, 6:04
Quando confrontados com o ponto mais sensível do comercial de TV, homens de Israel com início de calvície não ficarão impassíveis: comprarão o remédio para prevenir a queda de cabelo. Os riscos e efeitos colaterais - eles descobrem por conta própria.
Porque a sua esposa foi contra você tomar o Propecia?
Mas um dos argumentos principais levantados constantemente pelos indivíduos com quem conversamos é que os efeitos colaterais continuam a acompanhá-los anos após interromperem o uso do remédio. Outro argumento é que a bula foi alterada nos países europeus em 2008 (com o alerta da possibilidade de efeitos persistentes) mas em Israel isso só foi feito em Setembro de 2011. Publicações sobre os efeitos colaterais continuam a aparecer em todo o mundo e já existem processos coletivos contra a gigante farmacêutica em três países: Israel, Canadá e nos Estados Unidos. A partir de 2003, nos Estados Unidos, alguns homens iniciaram um fórum na internet específico sobre os efeitos colaterais de longo prazo do Propecia. Esse trabalho acabou se transformando num site, que é conhecido como Propeciahelp.com . O site é atualizado com todos os estudos que são publicados sobre o assunto e com novas descobertas. Apesar de alguns médicos americanos terem ido à mídia com novos estudos - o que validou o sentimento dos usuários do Propecia - novos estudos ainda são necessários.
O senhor tomaria Propecia ou recomendaria a algum parente?
O ingrediente ativo no Propecia é a Finasterida. Sua habilidade em interromper a calvície foi descoberta num estudo com outra finalidade: Num estudo com a dose de 5 mg, em homens que sofriam de hiperplasia benigna da próstata. Um dos efeitos do tratamento era uma redução na queda de cabelo e até crescimento de novos fios. A Finasterida bloqueia a enzima que converte o hormônio masculino testosterona no hormônio DHT, que causa a calvície. Quando essa conversão não é realizada, o crescimento do cabelo não é comprometido nesses indivíduos.
No início dos anos 90, após a sensacional descoberta, a MSD iniciou os estudos clínicos que duraram 5 anos. O estudo focou na influência da Finasterida em homens com calvície hereditária. A pesquisa envolveu 1500 homens entre 18 e 45 anos que sofriam de queda de cabelo e o Propecia provou eficiente em 90 por cento dos homens pesquisados. Nesses homens, a queda foi interrompida e em 65 por cento houve crescimento de novos fios. O único efeito colateral reportado foi redução na libido em mais ou menos dois por cento dos pacientes do estudo e de acordo com a pesquisa, esse efeito cessou ao parar o tratamento. Em Dezembro de 1997 o FDA aprovou o Propecia para uso e em 1999 o ministério da saúde israelense fez o mesmo.
Perigoso mesmo com uma dose pequena
Estudos, como se vê, são inconclusivos. Um estudo de 181 homens entre 19 e 41 anos que foi publicado em 1999 no American Journal of Urology afirma que usar 1 mg de Finasterida não afeta a produção de espermatozóides nos homens. Os homens do estudo tomaram Finasterida 1 mg por 48 semanas e foram acompanhados nas 60 semanas seguintes, quando não usaram mais a droga. O Propecia diminuiu em 11 por cento a emissão no volume ejaculado, comparado com 8 por cento no grupo placebo. A conclusão da pesquisa é que a Finasterida não afeta a produção de esperma. Já outro estudo, feito com 71 homens saudáveis e publicado ano passado no Journal of Sexual Medicine chegou a um veredito diferente.
B. (33 anos) é um dos três israelenses desse estudo. "Propecia foi o erro da minha vida." ele diz. "Eu tomei a droga por quase dois anos. Fora a queda de cabelo, eu era forte, bem sucedido e empresário independente. Depois do Propecia me tornei muito fraco, com auto-estima prejudicada e memória fraca, sem contar o prejuízo na função sexual. Posso dizer que sou um morto-vivo hoje em dia."
"A bula lista os efeitos colaterais, e explica que eles desaparecem com o tempo ou quando você para de tomar. Quando meu cabelo começou a crescer e eu comecei a ficar com uma aparência muito boa, a todo o momento eu me acalmava com o que tinha lido na bula, que os efeitos colaterais passariam."
"Melhor ficar careca"
Já M. parou de tomar Propecia dois anos e meio atrás, mas ele diz que ainda não se recuperou dos efeitos colaterais. "Eu vivo um pesadelo, eu perdi tudo que eu tinha. Eu não posso te dizer que nunca pensei em suicídio diversas vezes. Eu não sei o que vai acontecer comigo no futuro, mas se eu puder fazer as pessoas pensarem duas vezes antes de tomar esse remédio eu farei."
O Dr. Michael Irwig
O que faz o senhor acreditar que o Propecia seja a causa desses problemas?
"Eu tentei confirmar todas as outras possibilidades. No entanto, todos os pacientes estudados eram completamente saudáveis, eles não sofriam de hipertensão, diabetes, problemas sexuais ou psicológicos anteriores ao Propecia."
Como o senhor explica a diferença na conclusão sobre efeitos colaterais na sua pesquisa e na pesquisa do fabricante?
"A primeira pesquisa foi publicada pela Merck em 1998 no Journal of the American Academy of Dermatology. Segundo esse estudo, menos de dois por cento dos participantes apresentaram efeitos colaterais sexuais e o fabricante afirma que qualquer efeito da droga resolve com o fim do tratamento. O problema é que a pesquisa não acompanhou os participantes após o período estudado para saber se os efeitos desapareceriam. A única forma de verificar essa hipótese com certeza seria acompanhar todos que tomaram Propecia, durante e após o tratamento. Infelizmente, ninguém fez isso. Pior, o remédio se tornou tão popular, que mesmo sendo uma pequena parcela que sofre efeitos colaterais persistentes, ainda é um numero enorme de vítimas."
Como a empresa reagiu aos resultados da sua pesquisa?
Suicídios por causa do Propecia (Finasterida 1mg)?
"Alguns usuários na verdade desenvolvem uma depressão muito forte. E isso pode levar a um quadro suicida. Tudo por causa de uma droga que em tese deveria melhorar o bem estar do homem. Minha recomendação às pessoas é aprender a conviver com a calvície - é melhor do que a possibilidade de sofrer de disfunção sexual permanente."
Três anos depois da Europa
Somente em Setembro de 2011, três anos após o alerta sobre a possibilidade de efeitos colaterais persistentes ser publicado nas bulas da Europa, o mesmo aviso foi adicionado nas instruções de uso do remédio nos Estados Unidos. Agora existe o seguinte texto: "No uso geral, efeitos colaterais foram relatados raramente: problemas de ejaculação, dor nos testículos, dificuldade em obter uma ereção que persiste mesmo após a descontinuação do tratamento, infertilidade masculina, e esperma de baixa qualidade. A qualidade do esperma apresenta melhora após o fim do tratamento. Em casos raros, câncer de mama em homens."
"Porque não nos alertaram?"
"Eu não entendo porque levaram três anos para alertar o público consumidor israelense. Eu mandei um formulário de reclamação somente em 2010. Se eu soubesse que já em 2008 outras pessoas tinham reclamado formalmente sobre esses efeitos colaterais, eu teria ficado longe dessa droga. Eu acredito que muitos outros também não teriam tomado". No caso de A. , estudante do centro do país, os efeitos colaterais se refletiram em terríveis dores nos testículos e falta de libido. "Nessa época eu fazia alguns trabalhos como modelo e a aparência era muito importante para mim", ele explica. "Quando eu vi os primeiros sinais de calvície, eu decidi tomar o Propecia. Quatro meses depois, as insuportáveis dores nos testículos começaram. Os médicos não fizeram a conexão entre as dores e o Propecia, mas então eu parei de tomar o remédio por três semanas e as dores sumiram. Após alguns meses eu fiquei tentato a tomar o Propecia novamente, tomei e as dores voltaram. Hoje, um ano após eu ter parado definitivamente, eu ainda não estou funcionando perfeitamente".
Também no caso de P. (34 anos), uma história semelhante. Ele casou aos 27 e sua esposa logo engravidou. Alguns meses depois, ele começou a tomar Propecia (Finasterida 1mg). Após algum tempo, eles decidiram ter um segundo filho, mas as tentativas não vingaram, o que os levou a fazerem extensos testes para descobrirem a causa. "Primeiro eu mandei minha esposa fazer os testes, porque eu não acreditava que estava com problemas. Depois que os testes dela deram normal, eu fiz os testes e percebi que o problema estava comigo".
E porque você acredita que a causa é o Propecia?
"Num primeiro momento eu não sabia. Somente depois que o médico me perguntou o que havia mudado nos últimos anos, desde que eu tive meu primeiro filho, foi que descobri. Eu falei que estava tomando Propecia, e ele imediatamente disse que eu parasse, porque essa poderia ser a causa da infertilidade. De acordo com o médico, não é possível engravidar minha esposa com uma contagem de espermatozóides tão baixa. Esse remédio mudou tudo na minha vida. Eu era ativo sexualmente, e eu perdi meu desejo sexual. A vida sem sexo te deixa vazio e a sensação que eu tenho é que algo mudou dentro de mim. Minha esposa tem feito terríveis tratamentos na tentativa de engravidar, um inferno e tudo por causa do meu erro. Se eu soubesse, se alguém tivesse me avisado, eu não teria tocado nessa coisa. Eu vejo os comerciais desse remédio passaram a noite toda na TV e isso me deixa furioso. Já passou da hora de alguém falar a verdade sobre essa droga".
Sem reter informações
O sr. Ovadia Gabba, um dos requerentes do processo coletivo contra a Merck, diz que não divulgação desses efeitos colaterais fere o direito do público à informação. "Eu esperaria que a MSD, uma imensa e respeitada companhia, não escondesse uma informação tão importante sobre efeitos colaterais. Quando uma pessoa decide fumar, ele sabe que isso pode levar a câncer de pulmão. Está escrito na embalagem. Então porque os efeitos do Propecia, que já são conhecidos em outros países, não são divulgados aqui? Porque a informação contida na bula é diferente desses países?"
De acordo com o advogado Michael Dvorin, um parceiro do processo do sr. Gabay, a própria companhia admitiu uma vez, em resposta a uma reclamação oficial, que infertilidade foi observada em alguns homens que tomaram Finasterida. "Teria que ser explicado e declarado oficialmente, e a empresa revelaria os dados assim que avaliasse melhor o caso".
Merck, Sharp and Dohme é considerada uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo com filiais espalhadas por mais de 120 países. A empresa define seu papel como uma empresa farmacêutica global focada em pesquisa, que fabrica e vende uma vasta linha de medicamentos, inclusive uma vacina contra o virus HPV, que pode causar câncer cervical. Repúdio contra as novas alegações acerca do Propecia emergiram e a droga encontrou vários aliados. Eles argumentam que a Finasterida funciona e cumpre o que promete nas propagandas, sem efeitos colaterais. C. (34 anos) vem usando Propecia há três anos diariamente e aprova os resultados. Ele diz que não teve queda na libido e sua fertilidade não foi testada. "Eu não sou casado ainda, então não tenho idéia de como está a qualidade do meu esperma", ele admite, "mas eu posso dizer que muitos dos meus amigos tomam Propecia, e alguns tem crianças pequenas".
"A companhia deve publicar os efeitos colaterais"
Dr. Alex Ginzburg, um dermatologista e diretor da unidade de implante capilar do Sheba Medical Center Tel Hashomer, não está nada animado com todos os estudos e mudanças que a companhia tem feito na bula. Segundo sua experiência, é uma droga muito efetiva e não sente medo em prescrevê-la.
Já o Prof. Motti Ravid, especialista em medicina interna na Universidade de Tel Aviv e diretor do "Maayanei salvation", não entende porque os jovens se arriscam em tomar o Propecia, ou a forma genérica, Finasterida. "Quando eu prescrevo um tratamento químico para alguém com câncer, eu entendo que o tratamento tem sérios efeitos colaterais, mas eu estou levando em consideração que sem o tratamento o paciente vai morrer," diz Ravid. "Mas quando você faz um tratamento com uma droga tão forte, somente para prevenir a calvície, está tomando um risco impróprio e injustificável para alguém jovem e saudável."
Infelizes homens... Agora, conhecendo os tricoterápicos, poderão resolver o problema da calvície e obterão auto-estima elevada. Lídia Marques - São Luís-MA\.
ResponderExcluiro problema de calvice é sério, mas o efeito colateral da finasterida é muito mais. Espero divulgar e convencer através de resultados o uso dos tricoterapicos
ResponderExcluirObrigada por compartilhar todo este material que nos mantem informados e com certeza repassados para as outras pessoas.
ResponderExcluirNos tricoterapeutas devemos fazer nossa parte que é de divulgar a tricoterapia em nossas cidades.Para que casos como o que lemos nestas informações não aconteça com frequência, pois sabemos que muitas coisas ficam as escondidas sem ser publicada para o povo.
ResponderExcluirInfelizmente a maioria acaba descobrindo os terríveis efeitos tarde demais...e acabam com a qualidade de suas vidas.
ResponderExcluirSem dúvida todas estas informações são importantíssimas para os tricoterapeutas, repassando aos tricopacientes.
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