O uso de produtos químicos nos cabelos durante a gestação
é uma dúvida bastante frequente no nosso dia a dia do consultório
dermatológico, principalmente no que se refere à segurança, nesta fase tão
delicada da vida de uma mulher. Diferentes tipos de tratamentos dos cabelos são
comumente realizados nos dias de hoje e, para facilitar o entendimento, falo um
pouco sobre as especificações de cada um deles:
• Coloração – aqui existem diferentes maneiras de colorir
os fios de cabelo: gradativas (obtidas por corantes metálicos, como sais de
chumbo, bismuto ou prata); temporárias (corantes solúveis em água com alto peso
molecular, o que impede a penetração além da cutícula); semi-permanentes
(hennas sintéticas, substâncias de baixo peso molecular derivados do coaltar) e
permanentes (oxidação: soluções alcalinas à base de amônia que penetram através
da cutícula).
• Permanente - ondas permanentes são criadas devido à
utilização de duas soluções para o cabelo: a primeira solução é uma solução de
ondulação (tioglicolato de sódio ou amônio) e a segunda é uma solução de
neutralização ou solução de fixação (peróxido de hidrogênio).
• Descoloração (luzes, mechas) - envolve a utilização de
peróxido de hidrogênio em base alcalina (amônia).
• Relaxamento - também são conhecidos como alisadores de
cabelo e envolvem uma variedade de produtos químicos, como hidróxido de
potássio, de cálcio, de sódio e guanidina.
Vários trabalhos, independentemente do período da
gestação, tentam verificar o potencial cancerígeno da utilização destes
produtos químicos no cabelo, principalmente em relação ao câncer hematológico e
de bexiga. No entanto, até o momento, nenhum destes estudos confirmou tal
relação e, desta maneira, ficamos com a afirmação de que estes produtos são
considerados seguros para a saúde, inclusive com a aprovação de órgãos como o
Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos e também da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.
Existem poucos estudos referentes à tintura dos cabelos
utilizada durante a gravidez humana. Em estudos com animais, doses 100 vezes
maiores do que as utilizadas em seres humanos não mostraram alterações
significativas em fetos em desenvolvimento. Sabemos que apenas uma pequena
quantidade de qualquer produto aplicado no nosso couro cabeludo é realmente
absorvida e, portanto, disponíveis para chegar ao desenvolvimento do bebê.
Um estudo em seres humanos analisou o uso de alisadores
de cabelo durante a gravidez e não encontrou risco aumentado de baixo peso ao
nascimento ou parto prematuro. Este estudo não abordou a possibilidade de
outras anormalidades (tais como malformações). Já outros estudos sugerem que
produtos químicos podem ser absorvidos através do couro cabeludo em quantidades
suficientes para aumentar o risco de neoplasias. Além disso, um estudo mostrou
que o neuroblastoma, uma neoplasia pediátrica comum, foi três vezes mais
frequente em crianças cujas mães utilizaram produtos de coloração durante a
gestação.
No entanto, um grande estudo analisou o risco de
abortamento em profissionais que trabalham com estes produtos e ele apenas
demonstrou um leve aumento do risco de abortamento espontâneo naquelas mulheres
com atividades específicas, tal como carga horária acima de 40 horas semanais,
com um maior número de substâncias clareadoras e permanentes aplicados por
semana. Visualizando por outro lado, aqueles profissionais que trabalham em
tempo parcial (menos de 35 horas por semana) não parecem ter um aumento do
risco de aborto durante a gravidez. Desta forma, diante da ambiguidade destes
resultados, fica absolutamente impossível fazer qualquer afirmativa convicta
quanto ao uso de produtos químicos durante o período gestacional.
Segundo o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas
(ACOG), tinturas de cabelo são provavelmente seguros para uso durante a
gravidez, por apresentarem pouca absorção através da pele. No entanto, ainda é
importante ser cauteloso! Muitos profissionais de saúde recomendam que mulheres
grávidas não usem tinturas permanentes durante os três primeiros meses de
gestação. A preocupação seria de que os produtos de inalação, utilizados
durante o processo, poderiam ser prejudiciais para o bebê em desenvolvimento.
Tinturas permanentes contêm amônia, que tem uma fumaça química forte.
A recomendação é evitar tinturas de cabelo que contenham
amoníaco. O aviso de inalação química também se aplica aos produtos de
alisamento! Por outro lado, tinturas semi-permanentes ou descoloração por luzes
podem ser considerados mais seguros para estas mulheres grávidas. No
procedimento de luzes, o corante é limitado às folhas de papel alumínio
utilizadas no procedimento e desta feita, este corante não será absorvido pela
pele. O mesmo ocorreria em relação à amamentação: como poucos produtos são
absorvidos pela pele, é improvável que eles passem para o leite materno.
É importante lembrar que as soluções de fixação ou de
neutralização usadas durante as colorações permanentes e nos processos de
alisamento, podem irritar o couro cabeludo, mas não afetam outras áreas do
corpo, e assim não afetarão o feto durante a gestação ou o bebê, na sua fase de
amamentação. Resumindo, ainda hoje não
existe um consenso médico para confirmar ou não, se as tintas de cabelo são
prejudiciais durante a gravidez. Podemos assim afirmar que os produtos com
amônia devem ser evitados no primeiro trimestre, devido ao perigo de
malformações. Shampoos tonalizantes são permitidos durante toda a gestação.
Luzes, reflexos, ballayage são autorizados, mas sempre procurando fazê-los
longe da raiz!
Sendo assim, é muito importante consultar o ginecologista
e o dermatologista da sua confiança e, acima de tudo, que se mantenham sempre bastante atualizados!
Eles estão aptos a responder as suas principais dúvidas em qualquer momento,
especialmente nesta fase tão especial, que é a gestação.
acho que durante a gravidez e na amamentação não se deve fazer quimica alguma nos cabelos
ResponderExcluirQUÍMICA UM PRODUTO QUE ESTA SEM CONTROLE, MULHERES, HOMEM, ADOLESCENTES E CRIANÇAS ESTÃO USANDO DE FORMAS INADEQUADAS CAUSANDO SÉRIOS DANOS A SAÚDE CAPILAR. AGORA IMAGINE UMA GRAVIDA QUE RISCO PARA ELA E O BEBÉ. SOU CONTRA E ORIENTO SEMPRE PARA NÃO USAR.
ResponderExcluirpelo sim ,pelo não melhor não arriscar,não custa esperar, e o bebe com certeza agradece
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